terça-feira, 7 de junho de 2011

IMPRESSOES AO DIRIGIR UM AUDI

Assim como está acontecendo com a Volkswagen no mundo (e no Brasil), sua marca de luxo Audi está renovando aos poucos seus carros seguindo uma identidade visual tão forte que há a impressão de que todos os modelos são quase iguais entre si, com exceção do tamanho. No caso do futuro A6, isso pode ser considerado um elogio. Com a nova geração que acabou de ser lançada na Europa e que começa a ser vendida no Brasil até o fim deste primeiro semestre, o sedã intermediário da marca herda as qualidades de seus irmãos maiores e mais sofisticados, como o A7 e o A8.

É verdade que a mudança mais perceptível no design ficou restrita ao conjunto ótico. "Preferimos preservar o que estava funcionando no antigo modelo, inclusive o estilo, para tornar o novo A6 um carro mais eficiente e moderno", diz o alemão Siegfried Grasser, gerente de vendas da Audi para o Brasil, baseado em Ingolstadt. Por esse princípio, a grade opulenta que se tornou uma assinatura dos modelos da marca continua lá, firme. Mas ganhou a companhia da nova tendência de faróis trapezoidais com leds (como aqueles que adornam o A8 e o A7) e um capô mais curto. Também foram redesenhadas as lanternas traseiras, agora com formas em alto relevo.

A carroceria está 2 cm mais curta, mas conseguiu a proeza de ganhar 7 cm no entre-eixos. Melhor para os passageiros de trás, que viajam ainda mais confortáveis. Com a vantagem de ter herdado em seu interior soluções e equipamentos antes exclusivos dos carros mais luxuosos da marca. Como no A8, a partida é dada apertando-se um botão de ignição, com a chave no bolso. O painel lembra o do A7, o desenho da alavanca do câmbio e a disposição dos instrumentos no quadro remetem outra vez ao A8. Porém o novo estilo sacrificou ligeiramente o porta-malas, com 530 litros, 15 litros a menos que o do anterior.

Outra herança dos dois modelos mais sofisticados, a direção do A6 agora tem assistência elétrica e o piloto automático apresenta regulagem de distância do veículo à frente. As novidades o tornaram um carro mais preciso para guiar, mesmo com o pé cravado no acelerador e o ponteiro do velocímetro acima dos 200 km/h, como pudemos conferir num trecho sem limite de velocidade das estradas alemãs. Um opcional disponível no modelo avaliado é a suspensão adaptativa, que permite mudar a altura da carroceria em até 4 cm. Ou seja, oscila de uma posição mais baixa e esportiva a outra mais alta, que favorece o conforto.

Como parte do seu processo de evolução, o A6 a gasolina, topo de linha, agora é embalado por um motor V6 com 300 cv, com compressor mecânico e injeção direta, além do câmbio automatizado S-Tronic de sete marchas e dupla embreagem. São apenas 10 cv a mais que o anterior, mas as aparências, ou melhor, os números enganam. O A6 renovado vai de 0 a 100 km/h em 5,5 segundos (0,6 mais rápido que o antigo), já que ganhou em torque (44,8 contra 42,8 mkgf), apesar de estar 10% mais econômico no consumo urbano e 14% no rodoviário.

Bons modos
Para o prazer do motorista, há a opção de escolher entre quatro modos de dirigir, de dois Dynamic (mais esportivos) a uma regulagem mais confortável, passando pela Efficiency (ênfase no consumo). Nesta última, um dos destaques é a adoção do sistema Start-Stop, que desliga o motor quando o carro estiver parado em semáforos ou congestionamentos.

Mas há ainda uma soma de outros fatores que explicam esse apetite mais frugal. O uso mais intensivo de alumínio em partes como portas e capô, que já representam 20% da carroceria, torna possível construir um carro mais equipado que o anterior, porém com quase o mesmo peso. Ou cerca de 120 kg mais leve que dois de seus rivais diretos, o Mercedes E 350 4MATIC e o BMW 535i. Contribui para um consumo menor a aerodinâmica mais refinada - agora o Cx é de 0,26, um dos menores no segmento. Também colaboram as melhorias no sistema de injeção direta, que pulveriza a gasolina na câmara de combustão em alta pressão, e um sistema de recuperação de energia cinética (como o Kers da F-1), igual ao que equipa os A8.

O equipamento de navegação foi integrado à plataforma Google Earth e, agregado aos mapas em três dimensões, oferece um menu de serviços, com endereços de hotéis e restaurantes, além de previsão do tempo e notícias. Como já acontecia no sedã anterior, o acabamento é sofisticado. Bancos e volante são revestidos de couro de primeira, com apliques de madeira nobre em portas, console e painel. Na tela sensível ao toque do sistema multimídia, dá para escrever com o dedo um endereço para o sistema de navegação ou um número de telefone em alfabeto ocidental ou chinês. E isso não é por acaso: a China tornou-se o maior mercado externo da Audi. Por isso os alemães esperam produzir em breve o novo A6 no país para turbinar suas vendas por lá. Quem viaja no banco de trás ganha ainda uma boa aparelhagem de entretenimento: como opcional, agora dá para ficar conectado à internet por meio de conexão wi-fi sem sair do carro, podendo atingir velocidades de até 7,2 megabits por segundo.
Como no A8, o novo A6 sai de fábrica recheado de sensores eletrônicos que funcionam como eficientes anjos da guarda. Um deles é o Predictive Road Data, que leva em conta parâmetros levantados pelo sistema de navegação e prepara o carro (suspensão, ESP, freios etc.) para as condições que vêm pela frente, segundos antes que os pneus cheguem perto de um trecho de risco. Outros vigias eletrônicos tratam de zelar pela trajetória do carro. Se o condutor ultrapassar a faixa lateral da estrada, numa fração de segundo a central avisa ao motorista com leves vibrações no volante. Há ainda o Night Vision, um radar para detectar pedestres e objetos quando a noite cai. Para manobrar, entra em ação o Park Assist, em que só se tem o trabalho de frear e acelerar, enquanto o carro esterça as rodas sozinho para fazer uma baliza.

A nova geração do A6 está de malas prontas para vir ao Brasil: "As vendas começam em julho", diz Leandro Radomile, diretor comercial local. Tanto o A6 quanto o A7 (este, mais esportivo, chega em maio) disputarão clientes parecidos. Ainda assim, a Audi quer vender 200 unidades em um ano, mais que o dobro dos 90 carros da família A6 comercializados em 2010.

Fonte: Quatro Rodas

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